SUICÍDIO: limites e possibilidades a partir de intervenções na atenção primária.
Jailma Quaresma de Sousa
Resumo
O presente trabalho traz uma perspectiva de como ocorrem as abordagens dos casos de suicídio na Atenção Primária de Saúde, bem como as adversidades na atuação. Sabe-se que o suicídio é um tema complexo para a sociedade e até mesmo pela equipe de saúde, isso decorre pelas peculiaridades dos serviços de saúde, que é muito condicionado a lidar com casos biológicos e urgentes ou até mesmo pela falta de qualificação dos profissionais da saúde. Os dados são alarmantes, estima-se que o suicídio esteja entre a segunda maior causa de morte no mundo, e que 90% dos casos, esteja atrelado a alguma psicopatologia. Nessa perspectiva o objetivo desse trabalho é analisar as principais dificuldades dos profissionais da atenção básica na abordagem dos pacientes suicidas; elucidar como as equipes trabalham dentro de uma perspectiva multidisciplinar; demonstrar as principais estratégias de manejos. A pesquisa é narrativa e não sistemática. Para a realização da pesquisa foram realizadas buscas de artigos científicos e livros, em Português e Inglês de 2010 a 2018 utilizando os seguintes descritores isolados ou combinados: Suicídio, Atenção básica e Intervenção. Verificou-se que a atenção básica atua por meio do acolhimento dos pacientes com comportamentos suicidas, onde são realizadas intervenções por meio de atendimentos e o caso é discutido no apoio matricial. As principais dificuldades encontradas pelos profissionais se dão em decorrência da falta de conhecimento para o manejo dos pacientes nessa situação, assim como delegação de responsabilidade para o especialista.
Palavras-chave: Atenção Primária. Intervenção. Saúde. Suicídio.
Palavras-chave
Referências
ABREU et al., Comportamento suicida: fatores de risco e intervenções preventivas Rev. Eletr. Enf. 2010;12(1):195-200. Disponível em: <http://www.fen.ufg.br/revista/v12/n1/v12n1a24.htm> Acesso em 05 de jun. de 2024.
ALMEIDA, S. A. de, Guedes, P. M. M., NOGUEIRA, J. de A., FRANÇA, U. de L., & Silva, A. C. de O. (2009). Investigação de risco para tentativa de suicídio em hospital de João Pessoa- PB. Revista Eletrônica e Enfermagem, 11(2), 383-389.
BAGGIO, L., PALAZZO, L. S., AERTS, D. R. G. de C. (2009). Planejamento suicida entre adolescentes escolares: Prevalência e fatores associados. Caderno de Saúde Pública, 25(1), 142-150.
BARBOSA, Oliveira Barbosa; MACEDO, Paula. Costa Mosca; SILVEIRA, Rosa Maria Carvalho de. Depressão e o suicídio. Universidade nove de julho: UNIFESP, 2011
BRASIL. Portaria nº 1.876, de 14 de agosto de 2006. Institui Diretrizes Nacionais para Prevenção do Suicídio, a ser implantadas em todas as unidades federadas, respeitadas as competências das três esferas de gestão. 2018
CONTE, Marta et al. Programa de Prevenção ao Suicídio: estudo de caso em um município do sul do Brasil. Ciênc. Saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 17, n. 8, p. 2017-2026, Aug. 2012. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232012000800013&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 23 Maio 2024
DURKHEIM, E. O Suicídio: estudo de sociologia. São Paulo: Editora Martins Fontes, (1897) 1999.
LUOMA JB, Martin CE, PEARSON JL. Contact with mental health and primary care providers before suicide: a review of the evidence. Am J Psychiatry 2002; 159(6):909-916.
MACHADO, Álida de Castro. A Organização das Políticas e Gestão da Rede de Assistência na Atenção Primária à situação de risco para o suicídio. Universidade federal de minas gerais curso de especialização em atenção básica em saúde da família. Formiga – MG 2011
MACHADO, Daiane Borges; SANTOS, Darci Neves dos. Suicídio no Brasil, de 2000 a 2012. J. bras. psiquiatr., Rio de Janeiro, v. 64, n. 1, p. 45-54, Mar. 2015.
MARÍN-LEÓN, L., & Barros, B. A. (2003). Mortes por suicídio: Diferenças de gênero e nível socioeconômico. Revista de Saúde Pública, 37(3), 357- 363.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política Nacional de Atenção Básica. Série E. Legislação em Saúde. Brasília – DF, 2012.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Cuidados primários de saúde. Relatório da Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, Alma-Ata, Rússia. Brasília: Unicef, 1979
______. Prevenção do suicídio: um manual para profissionais da saúde em atenção primária. Transtornos mentais e comportamentais departamento de saúde mental organização mundial da saúde Genebra 2000. Disponível: < http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/67603/WHO_MNH_MBD_00.4_por.pdf?sequence=8> Acesso em 10 Maio 2024.
SCHLOSSER, Adriano; ROSA, Camargo; MORE, Campo. Revisão: comportamento suicida ao longo do ciclo vital. Temas psicol., Ribeirão Preto, v. 22, n. 1, p. 133-145, abr. 2014Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 389X2014000100011&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 10 Maio 2024.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. Abordagem das pessoas em risco de suicídio na atenção primária à saúde. Rio de Janeiro, 2006. Disponível em: https://saudementalcap10.files.wordpress.com/2016/11/folder_prevencao_suicidio_final.pdf. Acesso em 10 Maio 2024.
TSCHIDEL, Ederson. O conhecimento dos enfermeiros de unidades básicas de saúde pertencentes aos municípios da sobre 29ª Secretaria de Desenvolvimento Regional do Estado de Santa Catarina sobre o suicídio e sua prevenção. Palmito- SC, 2009. (TCC) Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade de Santa Catarina, Palmito (SC), 2009.
VIDAL, Carlos Eduardo Leal; GONTIJO, Eliane Dias. Tentativas de suicídio e o acolhimento nos serviços de urgência: a percepção de quem tenta. Cad. Saúde colet., Rio de Janeiro, v. 21, n. 2, p. 108-114, June 2013 .
HIRDES, Alice. A perspectiva dos profissionais da Atenção Primária à Saúde sobre o apoio matricial em saúde mental. Ciência & Saúde Coletiva, 20(2):371-382, 2015.
PINTO, Antonio Germane Alves et al. Apoio matricial como dispositivo do cuidado em saúde mental na atenção primária: olhares múltiplos e dispositivos para resolubilidade. Ciência & Saúde Coletiva, 17(3):653-660, 2012.
Submetido em:
28/06/2024
Revisado em:
08/07/2024
Aceito em:
08/07/2024